sexta-feira, 17 de maio de 2013

Sobre Jacarepaguá

A tranquilidade, a exuberância de suas áreas verdes ainda preservadas e a disponibilidade de terrenos fizeram com que Jacarepaguá estivesse entre os bairros de maior crescimento habitacional da cidade nos últimos anos. Esta ocupação tende a aumentar impulsionada pelos Jogos Olímpicos de 2016, uma vez que grande parte das competições será realizada no antigo autódromo de Jacarepaguá.

Conectado com o futuro da cidade, Jacarepaguá não é uma área de ocupação recente. Muito pelo contrário. É no dia 9 de setembro de 2011, que a região completará 417 anos. Por ser um bairro tradicional e, ao mesmo tempo, área de expansão do Rio, a região se transformou na mais populosa da cidade, ultrapassando Campo Grande em número de habitantes no último censo do IBGE, realizado em 2010. Em outras palavras, Jacarepaguá é o bairro mais carioca em número de habitantes.

O crescimento impõe desafios à mobilidade e, por isso, a região será uma das beneficiadas pelos corredores expressos de ônibus BRTs (Bus Rapid Transi) Transolímpica e Transcarioca, que estão sendo construídas pela prefeitura.

A Transolímpica, com 26 quilômetros de extensão, ligará o bairro com os trens da Supervia, em Deodoro, na Avenida Brasil, e a Transcarioca, uma via expressa que ligará o Parque Olímpico, que vai alojar os atletas e metade dos jogos da competição, até o Aeroporto Internacional do Galeão, com 18 estações em pontos estratégicos e dois terminais.

Além disso, o bairro está ligado a grandes vias expressas, como a Linha Amarela e a Autoestrada Grajaú-Jacarepaguá, além de outras importantes conexões com Madureira e Sulacap.

O centro geográfico da cidade, aliás, fica em Jacarepaguá, mais precisamente no Parque da Pedra Branca, considerado o maior parque natural urbano do mundo com 125 quilômetros quadrados (12.500 hectares) de extensão, espalhando-se por diversos bairros da Zona Oeste.

O Bosque da Freguesia, com 31 hectares de Mata Atlântica preservada, também é uma importante área verde com disponibilidade para caminhadas e práticas esportivas. Outro ponto de atração turística é a Igreja de Nossa Senhora da Penna, que este ano completará 350 anos.

Ainda hoje, Jacarepaguá preserva uma ladeira pavimentada com pé-de-moleque e uma vista, que alcança a praia da Barra da Tijuca. Bucólico, verde e industrial, parece até contradição, mas não é. O lugar abriga diversas indústrias, com destaque para as do ramo farmacêutico, como a GSK e a Mantecorp.

O bairro também atrai a indústria do entretenimento, abrigando o Projac, ou melhor, o Projeto Jacarepaguá, o maior núcleo televisivo da América Latina, centro de produção da Rede Globo, e também o RecNov, com estúdios da Rede Record de Televisão. Além disso, o Riocentro é considerado um dos melhores centros de convenções da América Latina, que, portanto, está no calendário de grandes eventos, entre eles a Rio + 20, a Conferência das Nações Unidas pelo Desenvolvimento Sustentável, e também estará no calendário das Olimpíadas de 2016.

Para compras no bairro, o Center Shopping Rio e o RioShopping são boas opções, bem como o comércio de rua local com padarias, farmácias, supermercados e outros centros de serviços, como bancos e hospitais..

É um bairro de classe média com enorme oferta de comércio e serviços, sendo a terceira região mais empregadora do município. Extenso, com 126,61 quilômetros quadrados, o local é eclético, indo do rural ao industrial e vem crescendo bastante, ao mesmo tempo em que ainda consegue preservar condomínios de casas e um jeito de cidade pequena.

Fonte : Gafisa

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Um Passeio em Jacarepaguá

É interessante que todos conheçam, historicamente, o bairro onde vivem.
Encontrarão um acervo monumental que dá a Jacarepaguá a primazia de ser, como bairro, o primeiro em pontos históricos do Rio de Janeiro, só cedendo a palma ao centro da cidade.
Confira as dicas dos locais que compõem a memória histórica da região.

Aqueduto e “Colônia Doutor Juliano Moreira”
No antigo Engenho Novo da Taquara – atual Instituto Municipal Juliano Moreira- existem as ruínas de um aqueduto edificado nos meados do século XVIII. Possui atualmente sete arcos de volta plena, sustentados por pilares muito robustos – há poucos anos restavam oito. No passado eram uns trinta e cinco. É a miniatura do aqueduto da Carioca – hoje conhecido como Arcos da Lapa. Servia para abastecer aquela propriedade com o precioso líquido, em uma época onde os recursos modernos ainda não existiam. A água trazida da represa que abastecia o engenho servia para o uso dos moradores e para fazer girar as moendas de cana na preparação do açúcar.

Igreja Nossa Senhora dos Remédios
A Igreja de Nossa Senhora dos Remédios, localizada no Instituto Municipal Juliano Moreira, é anterior a 1664. Sua reconstrução teve realização no século XIX. Seu pátio externo é muito estreito, próximo aos muros do portão de entrada do antigo Engenho Novo, outro nome com que foi conhecido. Missas aconteciam somente às sextas-feiras e domingos.

Casa Grande e Senzala
A casa grande e a senzala foram edificadas em 1654, porque era um terreno de terras devolutas, quando passou a ser um engenho.
Tanto a casa grande como a senzala estão cercadas por altas grades de arame,   impedindo a entrada de visitantes, pois há risco de desabamento pela má conservação.
Olhando de fora, suas paredes retratam fatos característicos do século XVII.

Capela São Gonçalo de Amarante
Essa é outra sugestão para visitação. Situada à Estrada do Camorim, a Capela de São Gonçalo de Amarante, inaugurada em quatro de outubro de 1625, é toda original, apesar das reformas.
O Departamento do Patrimônio Histórico do Rio de Janeiro colocou um poste dando uma série de informações às pessoas que vão visitar a referida capela. Existe no poste um erro de registro: está escrito Capela de N. S. do Amarante. Comuniquei tal engano ao responsável que informou providenciar a correção do erro e até hoje o poste está lá com os dizeres: N. S. do Amarante.

Igreja Nossa Sra. do Monstserrat
Vargem Pequena sedia a Igreja de Nossa Senhora do Montserrat que tem como data de edificação o ano de 1766, quando a região pertencia aos padres do Mosteiro da Ordem de São Bento.
Foram esses monges que após receberem por testamento as terras do Engenho do Camorim de D. Victória de Sá, edificaram mais dois engenhos com os títulos de Vargem Pequena e Vargem Grande.
Esta capela, apesar de estar com o fundo do altar em péssimas condições, todo escorado com madeiramento de construção, vale à pena ser visitada, pois, transformou-se em 1710 como ponto de vigilância contra invasão marítima à cidade.

Igreja de Nossa Senhora de Loreto e Santo Antônio
Criada em seis de março de 1661, a Freguesia de Nossa Senhora de Loreto e Santo Antônio é a quarta do Rio de Janeiro. Seu primeiro pároco foi o padre Antônio de Almeida, que só iniciou os trabalhos em 1665. A criação da Freguesia é de 1661, porém, sua construção tem data de 1664, em terras do padre Manuel de Araújo. Não é a igreja primitiva. A anterior foi erguida em sítio próximo à atual, ou seja, onde está localizada a Escola cujo título é: “Casa Paroquial Nossa Senhora do Loreto”. O prédio da mesma pertence à igreja. A nova é do século XVIII – entre 1728 e 1742. Sofreu várias reformas desde sua edificação, tendo a última, em 1936 – já no século XX – modificado consideravelmente sua aparência.

Igreja de Nossa Senhora da Penna
Localizada em um penhasco de 160 metros de altura, na Freguesia, a Igreja de Nossa Senhora da Penna é um dos principais marcos históricos do bairro. É desconhecida a data da edificação dessa casa de orações, mas sabe-se, por pesquisas, ser anterior à de Nossa Senhora de Loreto e Santo Antônio que é de 1661. A festa de Nossa Senhora da Penna, que é padroeira de Jacarepaguá, é dia oito de setembro, um acontecimento muito prestigiado pela população, que sobe a ladeira para festejar.

Parque da Pedra Branca
O Parque Estadual da Pedra Branca é considerado a maior floresta urbana do mundo. O parque abrange 12.500 hectares, área quatro vezes maior que a do Parque Nacional da Tijuca e em sua fauna existem mais de 500 espécies raras, algumas em extinção. Já a flora tem espécies exuberantes como o pau-brasil, o palmito juçara entre outras. O acesso ao Parque pode ser feito em três guaritas: uma na Taquara (Núcleo Pau da Fome), outra em Realengo (Núcleo Piraquara) e a terceira em Jacarepaguá (Núcleo Camorim).
Visitações de terça a domingo, das 9 às 16h30.

Carla Araújo
(publicado na Edição 59 do Jornal Nosso Bairro Jacarepaguá)

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Instituição que acolhe artistas idosos. Retiro dos Artistas

O teatro no Brasil, até as duas primeiras décadas do século XX, era dominado por companhias estrangeiras, em sua maioria portuguesa. Contavam com artistas locais em posições subalternas. João Caetano foi um dos primeiros artistas, se não o primeiro, a tentar modificar esse quadro. Inaugurou em dezembro de 1833 a primeira companhia dramática brasileira, no Teatro da Vila Real da Praia Grande em Niterói, que pretendia trabalhar em igualdade de condições com as companhias estrangeiras. Ele acreditava que o teatro não poderia sobreviver sem subsídios do Estado e sem a qualidade técnica dos elencos internacionais.
A crise econômica gerada pela Primeira Guerra Mundial, deixou um grande número de desabrigados entre os artistas estrangeiros, em que 1914 aqui se encontravam. A situação trabalhistas, que era bastante precária para os artistas, não era mais confortável para seus empresários. Em decorrência dessa instabilidade profissional, em 1915, um grupo de donos de companhias de atores, encabeçados por Leopoldo Fróes, deu início a primeira tentativa de se organizar uma instituição que socorresse o artista idoso e desempregado, livrando o empresário do amparo informal que já dava aos seus elencos.
Leopoldo Fróes – artista e jovem empresário foi autor da idéia, em 1914 de fundar uma instituição inspirada na Association dês Séccours Muteuels dês Artistes Dramatiques.
Oficialmente fundada em 13 de agosto de 1918, no teatro Trianon, por 68 profissionais, o grupo se reuniu pela 1° vez, para eleger a sua diretoria, em 19 de agosto de 1918, com a presença de 133 artistas, no velho Cine teatro Pathé. Como homenagem ao ator João Caetano a data oficial da fundação passou a ser dia 24 de agosto de 1918. E a partir daí, a data de aniversário de morte passou a ser comemorado como DIA DO ARTISTA.
Com o passar do tempo e devido a alguns acontecimentos, a Casa dos Artistas se resumiu ao trabalho assistencial do Retiro. Vivendo de doações, campanhas, a "nova instituição" tratou de investir na qualidade de atendimento, visto que, o número de profissionais da área artística aumentava cada vez mais. Aos residentes são oferecidos aulas de yoga, fisioterapia, tratamentos odontológicos, salão de beleza e hidroginástica. Nesses 94 anos de existência a Casa dos Artistas escreveu uma rica história artística, social e assistencial, tendo permanecido até os dias de hoje como uma instituição de caráter único em nosso País.

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Freguesia de Jacarepaguá

É um bairro de classe média, media-alta, da cidade do Rio de Janeiro, localizado na Zona Oeste da cidade.
Possui uma área territorial de 1.039,61 hectares, e, em 2000, sua população estimada era de 54.010 habitantes. Faz limite com os bairros de Jacarepaguá, Pechincha, Tanque, Anil, Cidade de Deus e Água Santa (este pela Serra dos Pretos Forros, que separa os dois bairros e por onde passa o Túnel da Covanca, o maior da Linha Amarela e um dos maiores da cidade).
Apesar de não fazer limite, também é muito próximo de bairros como a Barra da Tijuca, o Itanhangá e a Taquara. Suas vias principais são a Avenida Geremário Dantas, Estrada dos Três Rios, Estrada de Jacarepaguá e Estrada do Gabinal.
Faz parte da região administrativa de Jacarepaguá, no município do Rio de janeiro.
Bairro desmembrado de Jacarepaguá, hoje em dia, já é um bairro com comércio desenvolvido, representando o segundo pólo econômico de Jacarepaguá (perdendo apenas para a Taquara).
Outrora um bairro pobre e pouco desenvolvido, hoje ela é um centro imobiliário e valorizado da região de Jacarepaguá (o terceiro mais valorizado da zona oeste, atrás apenas da Barra da Tijuca e do Recreio dos Bandeirantes).
Ponto final de uma das duas linhas de bonde do bairro é a antiga Porta D'Água, um dos pontos geradores do desenvolvimento da região. O nome designava um dos três rios que ali se encontram e que acabaram por dar nome a uma das estradas principais da localidade.
Escoadouro das águas vindas da serra limítrofe com o Engenho Novo de Jacarepaguá, o rio Porta D'Água era, no inicio do século, navegável em todo o seu curso pela planície e contava, nos trechos mais altos, com diques e comportas que lhe valeram o nome. Reunia o curso dos rios Cigano, Olho d’Água e Fortaleza, nascidos na serra dos Três Rios e após atravessar a Freguesia, hoje sob a denominação de rio Sangrador, recebia as águas do córrego da Panela e dos rios São Francisco e Anil, indo desaguar na lagoa de Camorim.
Como Porta D'Água ficou conhecida a área hoje compreendida entre o local em que se encontram a estrada Velha de Jacarepaguá, a rua Ituverava e a estrada de Uruçanga, até a praça Professora Camisão e a esquina da estrada dos Três Rios com a avenida Geremário Dantas. O nome de Freguesia, com que popularmente a localidade passou a ser chamada, decerto deriva da localização da igreja de Nossa Senhora do Loreto, matriz da freguesia de Jacarepaguá.
A influência desta localidade se estendeu por uma área ampla e variada: a vizinhança do Engenho D'Água, pelo caminho do Portinho da Gabinal, a estrada dos Três Rios e as vertentes da serra do mesmo nome, a parte mais alta da estrada do Pau Ferro, e a localidade do Anil, na estrada Velha que ligava a Freguesia ao Itanhangá, às ilhas das lagoas costeiras e às praias da Barra da Tijuca.
Em 1616, nas imediações do Engenho D'Água, surgiu o primeiro núcleo de ocupação de Jacarepaguá, no lugar também conhecido como Porta D'Água, que hoje chama-se Largo da Freguesia. Com a ocupação se acentuando, uma parte das terras foi desmembrada em foros, para incentivar seu desenvolvimento.
Em uma das novas propriedades que floresceram, o dono, Padre Manuel de Araújo, ergueu no alto de um penhasco, chamado Pedra do Galo (morro da Freguesia), a Capela de Nossa Senhora da Pena. Com a crescente ocupação da sua propriedade e constatando que suas atividades e desenvolvimento econômico, os locais estavam praticamente assegurados, o padre propôs a emancipação do lugar, efetivada em 6 de março de 1661. Foi criada, assim, a freguesia de Nossa Senhora do Loreto de Jacarepaguá, a quarta da Cidade, separada da antiga freguesia de Irajá. Em 1664, o padre construiu nela a Igreja-Matriz, com o mesmo nome da Capela.
Jacarepaguá é um bairro de classe média e média alta da Zona Oeste do Rio de Janeiro em processo de desmembramento, pois importantes áreas do que sempre se entendeu historicamente como sua parte principal vêm se tornando bairros próprios, como é o caso dos bairros Anil, Curicica, Cidade de Deus, Freguesia (Jacarepaguá), Gardênia Azul, Pechincha, Praça Seca, Tanque, Rio das Pedras e Taquara, que junto com Vila Valqueire e o próprio Jacarepaguá, fazem parte da XVI Região Administrativa (R.A.) - Jacarepaguá - do município do Rio de Janeiro.
O que restou do antigo bairro de Jacarepaguá hoje são inúmeras localidades com nomenclaturas próprias, em geral loteamentos ainda recentes e que não foram ainda oficializados como bairros pela prefeitura, porém alguns acreditam que, com o tempo, Jacarepaguá como bairro possa desaparecer e tornar-se apenas uma referência para todos os bairros da região.
Fonte : Historia do Rio